Pesquisadores da Abnormal Security descobriram um novo chatbot malicioso, chamado GhostGPT, anunciado em fóruns de cibercrime. Projetado para gerar malware, criar golpes de comprometimento de e-mails empresariais (BEC) e outras atividades ilegais, o chatbot utiliza inteligência artificial para facilitar ataques cibernéticos.
GhostGPT é um chatbot acessível via Telegram, dispensando a necessidade de baixar softwares suspeitos. Ele promete privacidade, alegando que as atividades dos usuários não são registradas, e destaca velocidades rápidas de processamento – um atrativo para ataques que exigem agilidade, como campanhas de ransomware.
O GhostGPT foi descrito pelos pesquisadores como uma ferramenta voltada para codificação, criação de malwares e desenvolvimento de exploits. Além disso, ele pode criar e-mails altamente convincentes para golpes de BEC, tornando-o uma ferramenta eficiente para atividades cibercriminosas.
Apesar de alegar em sua propaganda que pode ser usado para "cibersegurança", essa afirmação parece ser uma tentativa superficial de evitar responsabilidades legais.
O GhostGPT funciona como um “wrapper” que conecta os usuários a uma versão modificada e "desbloqueada" do ChatGPT ou de outro modelo de linguagem. Nessas versões, os mecanismos de segurança do modelo são ignorados, permitindo a criação de conteúdos proibidos.
Os cibercriminosos que utilizam o GhostGPT não precisam configurar modelos de código aberto nem criar prompts complexos para burlar os sistemas de segurança. Basta pagar uma taxa – por meio de canais como o Telegram – e começar a usar.
Para testar as capacidades do GhostGPT, os pesquisadores pediram que ele criasse um e-mail de phishing com o tema DocuSign. O resultado foi um modelo altamente convincente, com espaço até para um "número de suporte falso".
Embora estudos mostrem que e-mails de phishing escritos por humanos ainda têm taxas de cliques 3% maiores que os gerados por IA, a automação oferecida por ferramentas como o GhostGPT permite que esses conteúdos sejam produzidos e distribuídos de forma muito mais rápida e acessível.
Além disso, a IA pode ser usada para mais do que apenas ataques de phishing. Por exemplo, já foi demonstrado que o modelo GPT-4 pode explorar autonomamente 87% das vulnerabilidades “one-day” quando equipado com as ferramentas certas.
Chatbots modificados para uso malicioso vêm ganhando espaço nos últimos dois anos. Modelos como WormGPT, FraudGPT e DarkBard são apenas alguns exemplos. Muitos deles são vendidos por taxas mensais que variam de centenas a milhares de dólares, tornando-se um negócio lucrativo para seus criadores.
Estatísticas recentes mostram que ataques de comprometimento de e-mails empresariais aumentaram 20% no segundo trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, com dois quintos desses ataques sendo gerados por IA.
O impacto das IAs na cibersegurança também foi tema de discussão no Fórum Econômico Mundial de 2024. Especialistas destacaram que a próxima evolução dessa ameaça pode ser o uso de “enxames” de agentes de IA totalmente automatizados, capazes de executar tarefas ainda mais complexas.
O surgimento de ferramentas como o GhostGPT reforça a importância de investir em soluções robustas de segurança cibernética. Empresas precisam estar preparadas para identificar e bloquear ataques cibernéticos, especialmente aqueles que utilizam inteligência artificial para ganhar escala e sofisticação.
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Por Cláudio Fardin, Head of DFIR Team na Brasiline Tecnologia
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