Conteúdo Geral
Cibersegurança como Principal Ameaça Global
Brasiline
1 de agosto de 2025

I. Principais Ameaças Globais para 2025

O relatório Allianz Risk Barometer 2025, baseado em entrevistas com 3.778 especialistas de risco de 106 países e 24 setores econômicos, revela uma mudança clara no panorama de riscos enfrentados pelas empresas. Em um cenário global cada vez mais interconectado, tecnológico e volátil, três ameaças se destacam como as mais críticas: incidentes cibernéticos, interrupção de negócios e catástrofes naturais.

Esses riscos não são apenas recorrentes — são interdependentes e sistemicamente agravados por novas tecnologias, mudanças climáticas, tensões geopolíticas e transformações regulatórias. A cibersegurança, especificamente, não é mais um problema apenas do setor de tecnologia ou finanças. Trata-se de um risco transversal, que impacta todas as cadeias produtivas, serviços essenciais, governos e estruturas críticas.

A seguir, os cinco principais riscos globais:

  1. Incidentes cibernéticos — 38% das respostas
  2. Interrupção de negócios — 31%
  3. Catástrofes naturais — 29%
  4. Mudanças em legislação e regulamentação — 25%
  5. Mudanças climáticas — 19%

Importante destacar que o Brasil também passou a ter a cibersegurança como o risco número 1, refletindo tanto a elevação de ataques quanto a crescente digitalização dos negócios no país.

II. Cibersegurança como Principal Ameaça Global

A liderança absoluta dos incidentes cibernéticos como principal risco global — com 38% das respostas, sete pontos percentuais à frente do segundo colocado — demonstra a magnitude do desafio enfrentado por empresas de todos os portes. Esse risco, que há apenas uma década ocupava a 8ª posição no ranking, tornou-se o centro das preocupações estratégicas de organizações em mais de 20 países, incluindo EUA, Brasil, Alemanha, Índia, Reino Unido, França, África do Sul e Austrália.

Por que o risco cibernético cresceu tanto?

A ascensão desse risco está diretamente ligada a diversos fatores, entre eles:

  • Aumento exponencial de ataques do tipo ransomware e exfiltração de dados. Em 2024, 58% do valor das grandes indenizações de seguros cibernéticos (>€1 milhão) foram causados por ransomware.
  • Ampliação das superfícies de ataque, com a digitalização acelerada, trabalho remoto, dependência de provedores em nuvem e cadeias de APIs e plataformas integradas.
  • Mudança de tática dos criminosos, que passaram a atacar dados sensíveis como forma de aumentar o poder de chantagem.
  • Ambiente regulatório mais rigoroso, com multas e ações legais ligadas à privacidade e proteção de dados (LGPD, GDPR, entre outras).
  • Percepção empresarial de que um único evento cibernético pode paralisar completamente a operação, como observado no caso CrowdStrike/Microsoft de 2024.

Maiores preocupações das empresas com cibersegurança

A pesquisa destacou os cinco aspectos de cibersegurança que mais preocupam as empresas:

Conteúdo do artigo

Além disso, o risco cibernético foi considerado o principal tanto por empresas grandes (> US$ 500 milhões/ano) quanto por PMEs (< US$ 100 milhões/ano), demonstrando que a ameaça é universal e não mais restrita a organizações com grande exposição digital.

Impacto setorial

As seguintes indústrias classificaram o risco cibernético como o mais relevante:

  • Aviação e Aeroespacial
  • Serviços Financeiros e Seguros
  • Entretenimento e Mídia
  • Telecomunicações
  • Química e Indústria Pesada
  • Tecnologia e Software
  • Serviços Jurídicos e Profissionais

Cenário brasileiro

No Brasil, 2025 marcou a primeira vez em que cibersegurança foi apontada como o principal risco nacional. Esse avanço está diretamente ligado ao aumento de ataques a infraestrutura crítica, golpes corporativos sofisticados e ataques direcionados a empresas públicas e privadas de grande porte — além da elevação das exigências legais de governança de dados com a LGPD.

III. Ameaças Interligadas com o Risco Cibernético

O Allianz Risk Barometer 2025 destaca que o risco cibernético não atua isoladamente. Ele está profundamente interligado com outros riscos globais, ampliando sua capacidade de causar interrupções e danos estruturais a empresas e instituições.

1. Interrupção de Negócios (Business Interruption – BI)

Apontado como o segundo maior risco global (31%), a interrupção de negócios é frequentemente consequência direta de um incidente cibernético. Empresas temem cada vez mais paralisações decorrentes de ataques a sistemas, sequestro de dados, indisponibilidade de plataformas ou falhas em fornecedores digitais.

Um exemplo foi o colapso global causado pela falha no software da CrowdStrike em julho de 2024, que afetou a Microsoft e gerou perdas de mais de US$ 5 bilhões em grandes corporações. O evento mostrou como uma falha isolada pode se alastrar rapidamente por cadeias interdependentes.

2. Aceleradores de Risco: Inteligência Artificial e Cadeias Digitais

A adoção acelerada da IA generativa cria uma nova camada de vulnerabilidades:

  • Pode ser usada por atacantes para criar ataques mais sofisticados e indetectáveis.
  • Exige recursos computacionais massivos, gerando novos pontos de falha e consumo de energia.
  • Levanta preocupações com ética, privacidade, deepfakes, e manipulação de informações.

Além disso, a dependência crescente de infraestruturas compartilhadas (como nuvem, SaaS, APIs integradas) torna as empresas expostas a falhas fora do seu controle direto, criando um cenário de risco sistêmico digital.

3. Conexões com ESG e Sustentabilidade

Curiosamente, cibersegurança também aparece como o segundo maior risco ESG, atrás apenas das mudanças climáticas. Isso ocorre porque:

  • Vazamentos de dados e falhas em segurança digital geram danos reputacionais e legais.
  • Transparência, ética digital e governança de dados são pilares cada vez mais cobrados por investidores e órgãos reguladores.

IV. Soluções e Estratégias para Mitigação de Riscos Cibernéticos

Com a elevação do risco cibernético a um patamar estratégico, as empresas precisam evoluir além da abordagem técnica tradicional e adotar estratégias abrangentes de resiliência. Abaixo, as principais medidas recomendadas:

1. Arquitetura de Segurança e Resiliência

  • Modelo Zero Trust (Confiança Zero): acesso mínimo necessário, autenticação multifator, verificação contínua de identidade.
  • Segmentação de rede e controle de tráfego lateral para isolar ameaças.
  • Backups offline e imutáveis, com testes regulares de recuperação.
  • Red Team / Blue Team e exercícios de simulação de crise, para treinar resposta realista a ataques.

2. Segurança da Cadeia de Suprimentos Digital

  • Mapeamento de dependências tecnológicas (nuvem, fornecedores SaaS, APIs).
  • Avaliação de risco cibernético em contratos com cláusulas de responsabilização.
  • Certificações e exigência de padrões mínimos como ISO 27001, SOC 2, ou framework NIST para parceiros.

3. Inteligência Artificial com Segurança

  • Uso de IA defensiva para detecção de anomalias, comportamento de usuários e resposta automatizada a incidentes.
  • Implementação de governança de IA, incluindo ética, transparência, explicabilidade e proteção de dados.
  • Controle do uso de modelos externos e geração de conteúdo.

4. Cyberseguro como Proteção Complementar

  • O seguro cibernético cobre:
  • Deve ser visto como parte de uma estratégia integrada, e não substituto das práticas preventivas.

V. Mitigação de Riscos Adicionais — Enfoque Holístico

1. Interrupção de Negócios

  • Diversificação geográfica e de fornecedores
  • Investimento em Business Continuity Planning (BCP) e Disaster Recovery (DRP)
  • Integração com times de segurança da informação e supply chain

2. Mudanças Climáticas e Catástrofes Naturais

  • Adoção de seguros paramétricos para eventos climáticos extremos
  • Reforço da infraestrutura física contra enchentes, ventos fortes e calor extremo
  • Monitoramento climático e planos de contingência por região

3. Conformidade Regulatória e ESG

  • Monitoramento contínuo de regulações emergentes: DORA (UE), NIS2, LGPD, CSRD, IA Act
  • Governança de dados e adequação a requisitos de reporte climático
  • Políticas robustas de privacidade e resposta a litígios de dados

VI. Conclusão — A Nova Era da Gestão de Riscos

O Allianz Risk Barometer 2025 confirma que vivemos uma era de riscos complexos, interligados e de rápida evolução. A cibersegurança lidera a lista não apenas como risco técnico, mas como tema estratégico e existencial para as empresas.

A resposta a esse cenário exige:

  • Maturidade cibernética e integração com ESG, compliance e planejamento estratégico
  • Mentalidade de resiliência contínua, que inclui testes, ajustes, investimentos e governança
  • Alinhamento com parceiros e cadeias de valor, compartilhando responsabilidade de segurança
  • Educação corporativa e conscientização, pois o fator humano segue sendo um dos elos mais frágeis

As organizações que conseguirem unir prevenção, proteção, resposta e aprendizado serão aquelas que não apenas sobreviverão aos riscos do século XXI — mas também protagonizarão a próxima era da economia digital com responsabilidade e confiança.

Fonte

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