Muitos fabricantes de máquinas industriais se deparam com um crescente número de novos requisitos, como a demanda por projetos de ferramentas de máquina mais flexíveis que possam ser rapidamente adaptadas a novos produtos, bem como a demanda por máquinas que possam ser facilmente integradas às fábricas existentes. Além disso, a crescente concorrência global, as exigências do mercado e as exigências regulatórias obrigam as empresas de máquinas industriais – que atendem a vários setores – a inovar continuamente e a otimizar seus produtos.
O mercado não só espera tempo máximo de atividade das máquinas diariamente, mas também para que permaneçam produtivas por anos. Além disso, com a introdução da Industria 4.0, agora existe o desafio de fabricar com máquinas autônomas, descentralizadas que se comunicam entre si e os produtos que fabricam, e assim a produção pode ser otimizada. Isso agrega um nível totalmente novo de requisitos de integração tecnológica.
As demandas dos clientes por maior customização também forçam os fabricantes a usar uma ampla variedade de soluções, como eletrônica e software, para atender a esses requisitos mais complexos. A necessidade de máquinas complexas, multifuncionais coloca ainda mais pressão nos fabricantes e seus esforços para melhorar a produtividade geral e a flexibilidade. Para criar máquinas mais inteligentes, as empresas enfrentam cada vez mais complexidade em seus processos de projeto e manufatura.
Expectativa da indústria 4.0 no Brasil e América Latina:
Fazer parte da nova era industrial é um fator de extrema importância para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Segundo pesquisas, 235 empresas globais mostraram que o investimento em tecnologias digitais resultou em um aumento de eficiência médio de 20%. Um estudo mostrou que um aumento de 10% nos investimentos dos países em digitalização resulta em aumento de 0,75% de PIB e diminuição de 1% na taxa de desemprego.
Para o Brasil nós vemos interesse das indústrias em tornarem suas operações cada vez mais digitais, embora ainda falte uma compreensão maior sobre os benefícios que a adoção dessas tecnologias possam gerar. Hoje já são vistas indústrias de ponta no Brasil (aeroespacial, automotivo) usando a digitalização para aumentar a produtividade, mas ainda temos um longo caminho para que esta realidade chegue às médias e pequenas indústrias, podendo gerar um impacto real não apenas na produtividade industrial, como em toda a economia do país.
Ainda de acordo com as pesquisas, essas tecnologias já resultaram nos últimos anos na criação de 400 mil empregos altamente qualificados na Europa e Estados Unidos e 3,5 milhões de empregos na região da Ásia-Pacífico. O Brasil tem uma oportunidade de se desenvolver ainda mais e alcançar padrões de competitividade que vão gerar benefícios para toda a economia.
Oportunidades de negócio para adoção do modelo entre empresas locais:
Baseada na integração entre sistemas digitais, mecânicos e de automação, a chamada quarta revolução industrial estabelece novos paradigmas de produção. As fábricas passam a ser mais flexíveis e eficientes, unindo rapidez, baixo custo e níveis mais elevados de qualidade, promovendo novos empregos, altamente qualificados. Customização em massa é uma das demandas para a nova indústria. Isso gera novas oportunidades e cria novos modelos de negócios. As oportunidades de negócio estão diretamente ligadas à percepção dos empresários do rápido retorno que podem obter como resultado do aumento da produtividade e com as novas oportunidades de negócios criados a partir das novas possibilidades trazidas pelas tecnologias da digitalização.
É possível comparar o estágio de adoção do conceito de indústria 4.0 visto no Brasil com países como Alemanha e EUA?
Com a crise de 2008, percebeu-se que poderiam usar a tecnologia para aumentar a produtividade e a qualidade dos seus produtos, e competir com a mão de obra mais barata da Ásia, mantendo empregos e fortalecendo as economias locais. Hoje a Alemanha é a principal economia na Europa, e os EUA já mostram sinais concretos de recuperação da sua atividade econômica.
No Brasil, vemos que esse processo já é avançado para algumas indústrias, especialmente de bebidas, automotivo e farmacêutico. Mas ainda não tem o alcance necessário entre os pequenos e médios negócios, para gerar um impacto real na produtividade do país, e levar a indústria a funcionar como vetor importante da recuperação econômica. É necessário que o país passe a olhar a digitalização como a nova etapa da revolução industrial e ofereça políticas necessárias para o incentivo e a adoção dessas novas tecnologias por diversos setores de nossa cadeia produtiva, colocando o país no rumo da competitividade industrial internacional.
Indústria 4.0 agrega manufatura no Brasil com redução de custos e ganho de oportunidades:
Em primeiro lugar, hoje é possível planejar toda a linha de produção no ambiente digital, prevendo possíveis gargalos e expansões futuras. Com isso, a implementação do projeto da fábrica já é realizado de forma mais eficiente, reduzindo custos antes mesmo do início da operação.
Em segundo lugar, a possibilidade de criar e testar um produto no ambiente virtual leva a uma redução considerável no número de protótipos reais. Novamente levando a uma economia no custo inicial do projeto, antes de a operação começar.
Outro aspecto é a customização em série. Hoje é possível desenvolver uma linha de montagem onde os produtos já são customizados automaticamente de acordo com a escolha do cliente. Por exemplo: um cliente pode emitir um pedido de um carro com configurações específicas de cor, motor, portas, acessórios etc. E por meio da integração entre a linha de montagem e o sistema de gestão comercial, é possível inserir as configurações desejadas no sistema de produção.
Fontes