Curiosidades
Qual o futuro da tecnologia blockchain?
Brasiline
13 de novembro de 2017

O que é blockchain?

O Blockchain é um sistema de registros que garante a segurança das operações realizadas por criptomoedas – as Bitcoins. Uma vez que uma transação tem seus dados são confirmados pelos chamados miners (controladores do processo), os blocos ficam protegidos. Seus conteúdos são abertos, mas protegidos por um sequência de hashes. A base de dados contém informações desencriptadas e disponíveis ao público sobre todas as transações por meio de uma chave assimétrica.

Através do blockchain, é impossível copiar as transações por meio de uma falsa confirmação de pagamento. Você não pode dizer que pagou na hora certa e a transação simplesmente demorou para ser processada.

Então, qual o problema? Há diversos miners prontos para blocos com hash. Todo mundo precisa de transparência e confiança. E ninguém gosta de reguladores e monopólio.

Não tão rápido

Especialistas em blockchain dizem que a tecnologia pode diminuir o tempo de transações de dias para minutos. Mas a história não acaba aí: o assunto aqui é um grande número de transações, envolvendo grande número de objetos. Como exemplo, se alguém fosse usar uma transação protegida por blockchain para comprar uma ilha com um canteiro de obra, as verificações levariam bem menos tempo do que usando métodos tradicionais.

Embora, tradicionalmente, dezenas de pessoas precisariam cair de cabeça em pilhas de documentos e papéis para formalizar o status da terra, da construção, uma blockchain executa tudo isso em um instante. O objeto das compras é verificado, o dinheiro repassado, e o bloco seguinte herda o nome do novo dono. (Contudo, estamos desconsiderando o trabalho atrelado a inserir a informação sobre a ilha na blockchain: se a ideia é usar blockchain para transações de imóveis, é necessário reunir toda a informação possível sobre históricos de propriedade e inseri-los na base de dados, do contrário provavelmente não funcionará).

Contudo, para transações simples, como uma transferência de dinheiro entre duas pessoas, a velocidade das transações não aumenta – Na verdade, ocorre o contrário. Blockchain foi criada para processar bitcoins, que pressupõe que cada bloco leva 10 minutos para ser criado, independentemente do poder de processamento do equipamento. Além disso, o sistema roda correções a cada 2016 blocos, o que aumenta ainda mais o tempo. Em sistemas centralizados tradicionais esse tipo de transação leva uma fração de segundo.

Outro ponto sensível é o volume considerável (e crescente) de dados com cada transação. Quando megabytes de dados são transferidos toda vez que qualquer transação mínima for realizada, qualquer sistema não irá aguentar.

Finalmente, transparência onipresente e completamente transparente não é necessária. Blockchain é uma ferramenta de alta precisão, para casos vastos e ao mesmo tempo limitados – não uma solução absoluta para reguladores e sistemas de pagamento existentes.

Então, nada novo?

Bases de dados distribuídas é algo que ficou nos anos 80. Uma vez que computadores mais poderosos foram unidos em uma rede global e local, emergiu uma necessidade de habilitar a transferência de blocos de códigos precisos sem envolver o código central. Essa abordagem era especificamente interessante para a defesa de oficiais que quisessem transferir um pacote de A para B, estando 100% seguros da integridade e do sucesso da transferência, independente do que acontecesse no caminho fosse uma explosão nuclear.

Blockchain é apenas uma das variedades de bases de dados distribuídas que podem ser usadas para transações financeiras tanto de maneira segura quanto confidencial. Alguns realmente pensam que a bitcoin foi criada por militares que buscavam financiar rebeldes no Oriente Médio sem que ninguém descobrisse. Essa é uma das razões para que as instituições reguladoras estejam inquietas. É bem legal quando tecnologias novas emergem, mas seria desesperador descobrir, que depois de anos de uso, a figura misteriosa que criou a tecnologia tenha instalado uma saída alternativa.

Uma regulação que precisamos e não precisamos

No modelo ideal de mundo pós-blockchain, o governo tem pouco ou nenhum papel em transações. As pessoas e organizações têm de acordar entre si que blockchain é confiável e deve ser usado em transações.

Mas o mundo real tem outras regras – alguém grande e poderoso tem que tomar a vanguarda. Por exemplo, se uma pessoa promete pagar outra em Bitcoins em troca de algum bem, e depois desiste, então quem foi enganado precisa ser capaz de ir à justiça pedir por restituição ou punição. Hoje, essas transações existem em um área cinza de legalidade. Para que transações em blockchain funcionem existem necessidades de um sistema que consiga lidar com fraudes e erros o que significa criar regras que a justiça possa usar para colocar em prática as regras.

Ai vai outro cenário. Um banco decide executar uma transação em blockchain e o faz. Vamos imaginar a reação do banco central. Se a transação tiver sido grande o suficiente isso muito provavelmente o banco perderia sua licença no mesmo dia. Isso significa, que para uma transação dessas ser legitima o governo precisa tomar uma medida ou outra.

Por que o silêncio?

Nesse meio tempo, algumas empresas como a IBM desenvolveram dezenas de protótipos e estão começando a trabalhar em versões beta. Essas soluções são direcionadas as aplicações descritas acima – frete, acordos de certificação, imóveis, comunicações empresariais, trocas de documentos, e mais. Nesse caso, é bem claro quais são os problemas para os quais essas soluções foram desenvolvidas e se elas possuem ou não potencial lucrativo.

O que está por vir?

O Banco do Canadá e seus parceiros criaram o Projeto Jasper para testar o blockchain. Descobriu-se que o sistema não funcionaria sem um banco central, porque os padrões devem ser aplicados a tudo em sua esfera, até o blockchain. O que levanta uma pergunta delicada: quantos fiscais (miners) devem existir, e quem seria confiável o suficiente para ter acesso a esses blocos?

Blockchain é mais uma tecnologia chave sofrendo com o excesso de publicidade. Vimos o mesmo ocorrer com diversas outras tecnologias, como nuvem e P2P. A tecnologia se dissemina, porém, dificilmente da forma como foi divulgada.

Fonte

Kaspersky

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