Lançamentos esgotados, produtos com vendas rápidas, black Friday sem produtos que acabaram de ir para os sites, ingressos esgotados nas primeiras horas e muito mais...
Nem sempre são pessoas mais rápidas que você que fizeram essas compras e sim, robôs altamente treinados que executam tarefas específicas e repetitivas em milésimos de segundo se tornaram a principal arma dos chamados cambistas digitais.
Segundo pesquisas: “O caso mais popular é do Ken Lowson, acusado de comprar e revender 2 milhões e meio de ingressos entre 2001 e 2010 e lucrar nada menos que 25 milhões de dólares. Quando os agentes do FBI invadiram seu escritório no Arizona ele simplesmente se tornou o cambista digital mais famoso do mundo! Lowson foi acusado de hackear e fraudar o site da Ticketmaster, uma das maiores empresas de ingressos do planeta, usando um dos primeiros “bots de ingressos” da história.”
Recentemente, os Estados Unidos promulgaram uma lei nacional contra bots em processos de compra. No mês passado, pela primeira vez desde a proibição, duas empresas de ingressos com sede em Massachusetts foram condenadas a pagar 60 mil dólares em multas pelo uso dos softwares. O Reino Unido e o senado australiano debatem e defendem uma legislação similar para coibir o uso de bots em compras também.
“É preciso separar as duas coisas. Bots e leis. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. É fácil vencer os bots. Minha filha de 10 anos poderia parar qualquer bot se ela tivesse, por exemplo, os registros de compras. Quem vende os ingressos originalmente, não quem revende (o cambista)…se eles não decidirem parar os bots, eles vão continuar lá!”, explica Ken Lowson, CEO da Tixfan.
Quase 8 anos após a prisão de Lowson, governos e empresas de ingressos afirmam continuar lutando para vencer a espécie de bot criado por ele. No último ano, a Ticketmaster anunciou o bloqueio de 6 milhões de tentativas de usos de bots em seu site, o que significa uma taxa de mais de 11 mil acessos por minuto.
E o mais inesperado é que ao pesquisar sobre esse tipo de bot, o primeiro site que aparece é um canal de venda de bots exclusivo para atuar em compras de ingressos, oferecidos de forma aberta, para qualquer um, por valores que variam entre 300 e mil dólares.