O ataque global do WannaCry, em 2017, foi um dos episódios mais disruptivos da história da cibersegurança: hospitais paralisados, fábricas interrompidas e serviços essenciais afetados em diversos países — tudo em questão de horas.
O WannaCry foi um divisor de águas. Escancarou o despreparo de muitas organizações diante das ameaças digitais. No entanto, o que parecia um ataque isolado tornou-se o início de uma evolução acelerada do cibercrime, que hoje opera com táticas mais agressivas, sofisticadas e impulsionadas por inteligência artificial.
O ransomware atual não é mais uma simples ferramenta de bloqueio com exigência de resgate. Ele se transformou em uma operação estratégica de extorsão em múltiplas etapas: dados são criptografados, roubados e expostos publicamente, maximizando o impacto e o poder de chantagem sobre as vítimas.
Somente no primeiro trimestre de 2025, mais de 2.200 vítimas foram listadas em sites de vazamento de dados — um crescimento de 126% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os ataques se tornaram mais cirúrgicos, direcionados principalmente a setores críticos como manufatura, logística, saúde e finanças.
A industrialização do crime digital é evidente. Com o modelo de Ransomware como Serviço (RaaS), qualquer pessoa com poucos conhecimentos técnicos pode adquirir kits prontos e acessar suporte técnico para lançar ataques. Em 2024, surgiram quase 50 novos grupos de ransomware, fortalecendo esse ecossistema criminoso com estruturas organizadas semelhantes às de startups: painéis de controle, suporte a afiliados, gestão de performance e até análise de dados.
Em 2025, a inteligência artificial passou a ser uma peça-chave nos ataques. As ameaças agora são:
Com isso, o ransomware deixa de ser apenas uma ameaça técnica para se tornar um problema de continuidade de negócios, com impactos operacionais, financeiros e reputacionais.
Outra tendência preocupante é o uso de táticas psicológicas e desinformação. Alguns grupos publicam dados reciclados ou falsos para gerar medo e forçar negociações, mesmo quando a empresa não foi, de fato, comprometida. Isso compromete a credibilidade das respostas a incidentes e dificulta a tomada de decisões rápidas pelas equipes de segurança.
Apesar de a maioria dos ataques se concentrar em países como os Estados Unidos, o Brasil continua sendo um dos principais alvos na América Latina. Entre os setores mais afetados estão:
Esses segmentos, muitas vezes, têm operações sensíveis e dependem de sistemas críticos, tornando-se alvos atrativos para extorsão.
Frente a esse cenário, apenas fazer backups ou manter o software atualizado já não é suficiente. As organizações precisam adotar uma abordagem holística e proativa. Algumas práticas essenciais incluem:
A era do ransomware deixou de ser uma questão técnica. Trata-se de um risco estratégico que afeta diretamente a operação e a reputação das empresas. É fundamental que executivos e gestores encarem a cibersegurança com a mesma seriedade que dedicam às finanças ou à conformidade legal. O futuro digital seguro começa com decisões firmes e investimentos inteligentes hoje.
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