Por Cláudio Fardin, Head of DFIR Team na Brasiline Tecnologia
A crescente sofisticação das ameaças cibernéticas patrocinadas por Estados-nação destaca a importância de medidas de segurança robustas. Uma dessas ameaças emergentes é o WezRat, um malware avançado identificado como uma ferramenta poderosa para espionagem cibernética. Desde setembro de 2023, o WezRat tem sido utilizado principalmente em ataques contra organizações israelenses, revelando as capacidades técnicas de grupos hackers como o Cotton Sandstorm, também conhecido como Emennet Pasargad ou ASA.
O WezRat é um Remote Access Trojan (RAT) que combina funcionalidades de ladrão de informações com capacidade de execução de comandos remotos. Ele é altamente modular, o que permite sua entrega segmentada por meio de arquivos DLL via servidores de comando e controle (C&C). Essa estrutura modular dificulta a detecção pelos sistemas de segurança e torna o malware mais furtivo.
Entre suas funcionalidades estão:
O WezRat é distribuído principalmente por meio de instaladores maliciosos disfarçados de atualizações legítimas do Google Chrome. Esses instaladores instalam tanto o navegador legítimo quanto um executável secundário, Updater.exe, que se conecta a servidores C&C, como connect.il-cert[.]net.
Em outubro de 2024, uma campanha de phishing direcionada distribuiu o malware a organizações israelenses. Os e-mails, enviados em nome da Israel National Cyber Directorate (INCD), instavam os destinatários a instalar uma falsa atualização de segurança. Esse método explorou a confiança dos alvos em autoridades de segurança, ampliando o impacto da campanha.
Desde suas primeiras versões, o WezRat evoluiu significativamente. Inicialmente, possuía funcionalidades básicas e endereços C&C codificados. As variantes mais recentes exibem melhorias substanciais, incluindo ferramentas avançadas para monitoramento e roubo de dados.
A análise da infraestrutura aponta para um desenvolvimento sustentado por equipes especializadas, que mantêm e aprimoram o malware continuamente. Essa dedicação reflete o interesse estratégico dos atacantes em manter uma ferramenta flexível e eficaz para espionagem.
O WezRat simboliza o avanço das capacidades cibernéticas de grupos patrocinados pelo Estado, como o Cotton Sandstorm, em missões de espionagem e vigilância cibernética. As organizações e aquelas envolvidas em questões geopolíticas sensíveis devem adotar as seguintes medidas para se proteger:
O caso do WezRat ressalta a necessidade de resiliência cibernética em um cenário de ameaças em constante evolução. Grupos patrocinados pelo Estado continuarão a desenvolver ferramentas avançadas para alcançar seus objetivos estratégicos. A preparação e vigilância são essenciais para mitigar os riscos associados a essas ameaças.
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