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Sem data para acabar, crise de chips faz fábricas fecharem e preços subirem
Brasiline
22 de julho de 2021

O problema da falta global de semicondutores - que tem parado a indústria automotiva em todo o mundo, incluindo no Brasil, e muitos achavam que poderia ser resolvido até o fim do ano - está longe de ter uma solução.

"Ainda não temos visibilidade de quando a produção deve ser normalizada, e nos parece mais provável que a situação se estenda para outras áreas da economia antes que uma solução seja alcançada", diz um relatório da Kinea Investimentos, gestora de recursos independente que faz parte do grupo Itaú.

Recentemente, até a Intel, uma das maiores fabricantes do produto, admitiu que serão necessários "alguns anos" para a indústria se reequilibrar.

“Temos alguns anos até que possamos atender essa demanda crescente", disse o presidente da empresa, Pat Gelsinger, para o canal de TV americano CBS. Especialistas falam em pelo menos dois anos de escassez.
Com a alta demanda por processadores, que deve continuar subindo com o rápido desenvolvimento tecnológico, e a demora para a construção de novas fábricas, preços de produtos como celulares podem aumentar 15%, segundo a consultoria KPMG. Por outro lado, o problema tem impulsionado o setor no mercado financeiro.

Por que os chips sumiram?

Apesar de diferentes fatores terem contribuído para a escassez de semicondutores, foi a pandemia que deixou claro que a cadeia de abastecimento global do produto é frágil.
Chips minúsculos que estão em qualquer dispositivo eletrônico hoje - de celulares a aviões -, os semicondutores passaram a ser disputados globalmente quando a quarentena aumentou a demanda por computadores, celulares e videogames.

Do lado da oferta, as interrupções do trabalho em fábricas decorrentes da quarentena também geraram essa crise industrial.

Além de a oferta ter diminuído por causa da seca e das paralisações provocadas pela pandemia, a demanda também aumentou com a China estocando processadores em larga escala.
Pequim não só se precaveu à possível escassez decorrente da quarentena como também optou por expandir os estoques para se prevenir em meio à guerra comercial com os EUA.

Já neste ano, quando ao menos a covid-19 deu uma trégua na Ásia, uma fábrica de semicondutores pegou fogo no Japão. A planta fornecia chips para a indústria automobilística.

Quando os chips vão voltar?

Não bastassem todos esses problemas, analistas afirmam que a disputa política e econômica entre China e EUA ameaça o abastecimento futuro dos semicondutores. Taiwan diz ser independente da China desde a Revolução Chinesa de 1949.
A maioria dos países e organismos internacionais, porém, não reconhece a independência do território, que tem um acordo de proteção militar com os EUA. Nos últimos meses, a tensão entre Taipei e Pequim se intensificou, com caças chineses invadindo o espaço aéreo do inimigo e a chegada de um porta-aviões americano à região.

A revista The Economist afirmou que Taiwan é hoje o lugar mais perigoso da Terra e que uma guerra no país seria uma catástrofe não só em termos humanos, mas também econômicos - tudo por causa dos chips. Nos EUA, as gigantes de tecnologia, que sofrem com a falta de semicondutores, têm pressionado o governo para liberar financiamento para a construção de fábricas de semicondutores. O programa de US$ 2,3 trilhões de investimentos em infraestrutura do presidente Joe Biden prevê US$ 50 bilhões para a indústria de chips

Preços nas alturas

A falta de semicondutores em todo o mundo pressiona as empresas brasileiras que montam as placas eletrônicas usadas hoje por praticamente qualquer equipamento eletrônico. Elas relatam aumento de preços que se aproximam de 280% e atraso de até seis meses na entrega das matérias-primas.

Na Standard América, que tem fábrica em Campinas e produz placas utilizadas pelas indústrias automotiva, agrícola, aeronáutica e médica, as linhas de produção tiveram de ser desligadas e religadas diversas vezes entre janeiro e março.

Não são só eletrônicos

O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, destaca que todos os segmentos do setor estão sofrendo. As empresas mais afetadas são as que cancelaram encomendas no início da pandemia, imaginando que a demanda demoraria para retornar, como as montadoras.

Apesar de a maior parte dos especialistas prever que o problema é de longo prazo, as montadoras de carros esperam não enfrentar mais paralisações por causa da falta de semicondutores a partir de 2022
Desde o começo do ano, fábricas da Fiat, da GM, da Honda e da Volkswagen pararam linhas de montagem por não ter os disputados componentes. Toyota, Volvo, Renault e Mercedes-Benz tiveram paradas pontuais e redução ou atraso de produção.

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